Jonas não sabe muito bem o que fazer da vida. Entre suas leituras e ideias para livros anotadas em um caderninho de bolso, ele precisa dar conta de seus turnos no Rocket Café e ainda lidar com o conservadorismo de seus pais, sua mãe alimenta a esperança de que ele volte a frequentar a igreja, e seu pai não faz muito por ele além de trazer problemas.Mas é quando ele conhece Arthur, um belo garoto de barba ruiva, que Jonas passa a questionar por quanto tempo conseguirá viver sob as expectativas de seus pais, fingindo ser uma pessoa diferente de quem é de verdade. Buscando conforto em seus amigos (e na sua história sobre dois piratas bonitões que se parecem muito com ele e Arthur), Jonas entenderá o verdadeiro significado de família e amizade, e descobrirá o poder de uma boa história.
Um milhão de finais felizes é o meu primeiro contato com a escrita do Vitor Martins. Lembro-me de estar na Bienal do ano passado e passar pelo stand da Globo Livros e ter tido a chance de comprar o livro, ainda mais pelo autor estar presente autografando os livros. Mas como não conhecia muito sobre a obra, acabei optando por comprar e ler quando conhecesse mais sobre ela. Hoje eu me arrependo de não ter comprado naquele dia, de não ter conhecido o Vitor e ter pegado um autografo com ele.
Na trama, conheceremos o jovem Jonas. Um adolescente normal que trabalha num lugar bem diferente. Jonas trabalha em um café localizado na Avenida Paulista (queria muito que esse café existisse, ainda mais por passar pela região todos os dias), o Rocket Caféé todo decorado com temas galácticos, que vai desde o nome do lugar, até os nomes de tudo o que é vendido lá. Jonas não sabe muito bem o que fazer no futuro: ele não sabe se fará alguma faculdade, ou como será sua vida nos próximos anos. Sua única distração na vida conturbada que ele vive dentro de casa, é as histórias que ele cria. Sempre há algo novo que inspire em Jonas uma nova história. E, o surgimento de um novo cliente no Rocket Café acaba inspirando Jonas a criar uma história envolvendo dois piratas gays. Detalhe: essa história acaba sendo bem parecida com a forma que Jonas conheceu o cara muito charmoso de barba ruiva.
Um milhão de finais felizes é o tipo de livro que te faz sorrir a todo o momento. Desde o início do livro eu amei os personagens e a narrativa. Adorei ainda mais quando vi que o personagem morava em uma cidade ao lado da minha. Parece que esse fato me permitiu me conectar ainda mais com Jonas. E, não é só esse detalhe que me encantou, o que mais me conquistou foi o fato do livro possuir uma história verdadeira, real; com momentos bem tristes, mas também alegres; uma história impactante.
“Enquanto andamos juntos, é impossível não pensar que nossa relação virou um jogo de vida ou morte. A felicidade dela depende da minha infelicidade.”
Jonas me conquistou desde a primeira fala. Ele é aquele tipo de personagem carismático que conquista a todos: doce, divertido, com uma imaginação incrível e um grande talento. É muito divertido como ele usa as inspirações que surgem para criar as histórias mais incomuns que o leitor já viu. Por falar em histórias, a narrativa é mesclada entre a vida real e o livro que Jonas passa a escrever após conhecer Arthur. E com relação a esse ruivo lindo e encantador, eu meu apaixonei perdidamente por ele, pela relação dele com Jonas. É um relacionamento lindo e muito, muito fofo. Eu não sei quantas vezes suspirei quando eles estavam juntos. Arthur chegou na vida de Jonas quando ele mais precisava. E o melhor, é que ele não chegou para ir embora logo em seguida, ele chegou para ficar e tornar a vida de Jonas melhor.
“Arthur responde com um sorriso e uma piscadinha, porque o objetivo desse garoto é acabar com a minha vida.”
Mas, em meio a esse romance, Jonas ainda precisa conviver com um pai agressivo, que não consegue e entender as decisões do filho. Seu relacionamento é melhor com a mãe, a pessoa que Jonas mais ama, porém o fato da mãe sempre impor a religião dela, acaba afastando o garoto. Essa questão da família acaba trazendo a tona o que realmente significa família.
“- Eu queria que você entendesse que nem sempre a família que nasce com a gente vai nos entender. Nem sempre eles vão ficar do nosso lado pra sempre. Mas isso nunca vai te impedir de escolher uma família nova.”
É por todos esses motivos que Um milhão de finais felizes é uma leitura emocionante e perfeita. Uma narrativa realista, divertida e reflexiva. É claro que eu indico a todos.
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