Não é normal desejarmos alguém que nos atormenta. Quando meu meio-irmão, Elec, se mudou para nossa casa, eu não estava preparada para lidar com um cara tão idiota. Odiei o fato de ele ter descontado sua raiva em mim porque não queria estar aqui. Odiei ele ter trazido garotas da escola para seu quarto. Mas o que mais odiei foi o modo indesejável que meu corpo reagia a ele. A princípio, pensei que tudo o que ele tinha a seu favor era o corpo musculoso e tatuado e o rosto perfeito. Mas as coisas começaram a mudar entre nós, e tudo teve um desfecho em uma noite inesquecível. No entanto, do mesmo modo que Elec entrou na minha vida, logo voltou para a Califórnia. Passaram-se anos desde a última vez que o vi. Quando a tragédia atingiu nossa família, tive que encará-lo novamente. E, diabos, o adolescente que me deixou louca se tornou o homem que destruiu o resto de sanidade que havia em mim. Senti que meu coração estava prestes a ser partido. De novo.
Eu já conheço a escrita da Penelope Ward e adoro. Depois que li “Querido Vizinho” e vi que o ex da protagonista teve um livro próprio, eu sabia que presava ler. Mesmo tendo vários outros livros para ler no momento, eu não consegui resistir e acabei passando essa obra na frente das demais. Uma coisa eu preciso dizer antes de começar essa resenha é que ela me cativou e me prendeu do começo ao fim.
Em “Meu querido meio-irmão”, vamos conhecer Greta e Elec. Greta vive com sua mãe e seu padraste; os dois possuindo um ótimo relacionamento. O mesmo não se pode dizer de Elec, filho do primeiro casamento de Randy. E quando Elec precisa passar um tempo morando com o pai, a vida de Greta e de todos na casa mudam completamente. A menina não conhece muito sobre seu meio-irmão, conhece apenas a sua fama de se meter em encrencas. Quando Elec chega à casa, Greta tenta ao máximo ser simpática com ele, mas Elec não está disposto a ser legal com a garota e nem tentar ser amigo dela. Ele, desde o começo, deixa bem claro que não queria estar ali e que detesta a todos na casa.
“Não é normal desejarmos alguém que nos atormenta.”
O convívio de Elec e Greta não é nada fácil. Elec sente muita raiva do pai e nenhum dos dois consegue ter uma conversa ou viver de modo civilizado. Greta sabe que existe alguma coisa muito séria entre os dois, e sente que existe muito mais sobre Elec do que ele deixa transparecer. Mesmo que ele a maltrate de todas as formas e deixe bem claro que não gosta dela, Greta não de seixa intimidar por ele e continua sendo gentil com o rapaz. Ela faz isso até que, aos poucos consegue quebrar um pouco a casca de garoto mal. Aos poucos Elec passa a se abrir com Greta e mostrar um lado dele que ninguém nunca viu.
O livro é dividido em duas partes: quando eles se conheceram e criaram um tipo de relacionamento, e outra parte mostrando anos depois, quando ambos possuem uma vida com empregos e novos amigos. Mesmo que tenha se passado sete anos desde a última vez que viu Elec, Greta não consegue esquecer o garoto e tudo o que viveu com ele. Ela não consegue mais abrir seu coração ou se entregar completamente a outra pessoa. Ela guarda na memória todos os momentos ao lado dele: os bons e ruins. E quando uma tragédia faz com que eles se reencontrem, ambos não estão preparados para o turbilhão de sentimentos que precisam enfrentar. Ao mesmo tempo em que desejava ver Elec mais uma vez, Greta sente medo do que sentirá quando ele estiver mais uma vez na sua frente. O reencontro entre eles não é fácil, ainda mais quando Elec aparece com a namorada, Chelsea. Precisando conviver por alguns dias, eles percebem que não podem esquecer o passado ou fugir dele. Todos os sentimentos que eles tentaram esquecer veem a tona e os fazem questionar se querem voltar ao passado ou seguir com suas vidas no presente.
“Meus pensamentos sempre pareciam voltar a ele, não importando o quanto eu lutasse contra.”
Penelope Wardconsegue mesclar muito bem drama e humor. A autora possui uma escrita instigante, envolvente e maravilhosa que faz com que o leitor não largue o livro. Digo isso porque o li em um dia. "Meu querido meio-irmão" não é o primeiro livro que leio da autora; eu adoro seus livros, seus personagens e suas histórias. Sei que lerei muitos outros livros dela e que me apaixonarei por cada um deles.
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