O PAPEL DA MULHER NOS LIVROS DE JANE AUSTEN


Mesmo que você não tenha lido nada da Jane Austen, você ao menos, já ouviu esse nome sendo citado em algum lugar. O fato é que, mesmo que tenha se passado mais de duzentos anos desde o lançamento do primeiro livro da autora, até hoje vemos leituras sendo feitas dos romances de Austen e debates sobre seus livros e sobre seus personagens.

Foi no ano de 1813, sob o pseudônimo de “A Lady”, que Jane Austen publicou Orgulho e Preconceito, um de seus livros mais famosos e mais adaptados. Até hoje vemos novos leitores sendo arrebatados para dentro das histórias que Austen criou. Não importa que esses livros tenham sido publicados há muitos anos, essas histórias continuam sendo atuais e continuam a conquistar muitos fãs ao redor do mundo.

Algo que eu gosto muito nos livros da Jane Austen, é que ela apresenta muitas críticas a sociedade em que ela própria vivia, e traz personagens femininas muito à frente de seu tempo; um bom exemplo disso é a Elizabeth Bennet. A personagem em Orgulho e Preconceito sempre questiona o fato de o casamento ser visto como uma tábua de salvação, já que para as mulheres eram negadas qualquer direito.

Estamos falando do século XIX, uma época em que as mulheres não eram ouvidas. As figuras femininas nos livros da autora eram fortes, independente e determinadas; e sempre representadas no mesmo nível que os homens, e nunca em posição inferior. Jane Austen sempre tecia críticas questionando a relação da mulher na sociedade, e especialmente com relação ao casamento. Ela questionava também a educação e divisão de classes, assim como a falta de oportunidade profissional e intelectual para as mulheres daquela época, principalmente para as mulheres mais pobres. Isso feita de forma irônica e envolvente em suas obras. Para essas mulheres, o principal objetivo era arranjar um bom pretendente e um bom casamento. Austen faz esse questionamento através da personagem Elizabeth Bennet, em Orgulho e Preconceito, analisando e questionando os pensamentos das mulheres que imaginavam no casamento o caminho para a felicidade. As mulheres naquela época não podiam ter ambições ou sonhar com uma vida diferente. Suas funções eram aprender a costurar, pintar, serem fluentes em outras línguas, saber dançar, ser agradável e bonita. Basicamente uma mulher perfeita.

E, Elizabeth vai contra todas essas regras, e vai contrária a vontade de sua mãe que deseja casar todas as filhas. Elizabeth quer algo mais, ela pensa além das futilidades e deseja mais que um casamento e filhos. As mulheres eram pressionadas a sonhar com o casamento desde cedo, já que elas não possuíam qualquer direito de filho primogênito.

No tempo de Jane Austen, as mulheres estavam muito limitadas no que diz respeito às heranças. Embora as mulheres pudessem herdar, possuíam várias limitações para dispor dos seus direitos de propriedade ou de fazer contratos. Estas pressões sociais e posição da mulher foram retratadas por Austen em muitos de seus livros.



Comentários

back to top