Resenha | Herói nas Highlands - Suzanne Enoch


Será que um soldado inglês é capaz de conquistar o coração da Escócia? Canhões, tiros, cavalarias, armas. O Major Gabriel Forrester adora um combate e não foi à toa que recebeu o título de “Fera de Buçaco” depois de ganhar uma batalha em Portugal. Sem saber se estará vivo no dia seguinte, nunca se importou com nada além de proteger seus aliados e a si mesmo… Até que a notícia inesperada de se tornar o Duque de Lattimer e dono de uma imensa propriedade nas Highlands escocesas muda tudo o que ele achava já estar traçado para seu futuro. Em sua nova posição, a luta de Gabriel será conquistar a confiança de uma vila de escoceses nem um pouco amistosos, que não estão nada satisfeitos com o fato de ter como duque um antigo soldado inglês. Como se não bastasse, as terras ainda são administradas por uma mulher de língua afiada e corpo perfeito, que parece ser tanto sua salvação quanto sua ruína – e ele está disposto a descobrir em qual das duas categorias ela se encaixa. Com a ameaça de uma maldição nas terras em que nenhum inglês é bem-vindo, o novo duque encontra mais obstáculos do que imaginava. De todas as guerras que já lutou, essa aparenta ser a mais difícil. Afinal, é fácil eliminar inimigos; mas o que fazer quando o objetivo é fazer deles seus aliados?

Romance de Época | 272 Páginas | Suzanne Enoch | Editora Gutenberg | Série Highlands #1 | Skoob | Classificação: 4/5 | Compre: Amazon


Lembro-me de ter lido um conto da Suzanne Enoch que fez parte do livro Lady Whistledown contra-ataca. Este meu primeiro contato com a escrita da autora não aconteceu como eu gostaria: acabei não curtindo muito o conto e fiquei com medo de me decepcionar quando lesse um livro inteiro escrito por ela. Felizmente, minha primeira impressão estava completamente errada. Herói nas Highlands foi uma grata surpresa. É mais um romance de época que gostei muito de ler, e Suzanne Enoch é mais uma autora que ganhou um belo espaço no meu coração e na minha estante.

Quem conhece Gabriel – ou já ouviu falar sobre ele – sabe da sua fama e o quanto ele é temido pelos seus inimigos. Ele é um ótimo oficial do exército britânico e não sonha estar em outro lugar se não no campo de batalha, lutando ao lado de seus companheiros. Esta é a vida que Gabriel escolheu e ele não está pronto para abrir mão dela. Isto é claro, se não fosse a surpresa dele descobrir ser o herdeiro do Duque de Lattimer, e dono de vastas propriedades na Escócia. Se isso não bastasse, ele ainda precisaria viajar para poder verificar como estas propriedades estavam sendo administradas. Mas cuidar da propriedade em questão trará a ele muitas dores de cabeça.  O clã que vive na casa não aceitará que ela seja comandada por um inglês. Eles declararão guerra a Gabriel e não o deixará em paz. Por traz disso está Fiona, a pessoa que cuidou da casa durante anos, que a manteve em pé sem a ajuda de ninguém. Ela – assim como todos na casa – não aceitarão que um casaco vermelho chegue e comece a dar ordens.  E nisso se inicia um embate entre Gabriel e Fiona. Em embate que começará com muito ódio, preconceito e raiva, mas que no meio, acabará surgindo um forte desejo entre eles.  

“No campo de batalha, ele deveria ser o diabo personificado;  alto, com as costas eretas, liderando à frente das tropas, abrindo um caminho sangrento para a vitória. Não, Gabriel Forrester não era um Highlander. Ele era, contudo, a definição perfeita de homem.”


Este livro me fez lembrar da série Outlander. Por conta de o cenário ser as terras escocesas, de todos os costumes e dos muitos acontecimentos históricos que são mencionados em ambos os livros. Este detalhe foi algo que gostei muito na narrativa. Outro ponto positivo aqui foram os personagens. Quando lemos um romance de época ambientado na Escócia, temos sempre personagens escoceses e tal, mas aqui, o mocinho vem de outro lugar e precisa lidar com a hostilidade desse povo – até então – desconhecido para ele. Gabriel e Fiona são encantadores. Gabriel leva consigo as marcas de lutar em uma guerra, de ver seus companheiros perderem as vidas, de precisar tomar decisões que acabaram resultando na morte de pessoas que ele conhece. Ele nunca se imaginou cuidando de uma propriedade, cuidando das pessoas que vivem nela. Ele sabe que nunca conseguiria realizar essa tarefa. Gabriel não sabe bem como se expressar, como expressa o que sente. Ele é sempre direto e tem muita dificuldade em confiar nas pessoas. Já Fiona é o tipo de mocinha que nos conquista de primeira: forte e determinada, ela mostra a Gabriel que não precisa de nenhum homem lhe dizendo o que fazer. Que ela não precisa que nenhum homem assuma as suas responsabilidades. Fiona faz tudo pelo sustento de quem trabalha cuidando da propriedade, isso sem receber a ajuda de ninguém do seu clã, especialmente os líderes. O romance é outro ponto que merece destaque. Ele é divertido (os protagonistas brigam muito) e muito sensual. Ao mesmo tempo em que eles estão discutindo, estão pensando em como seria o beijo entre eles.

“É uma atração poderosa, conseguir ver outra coisa que não a morte. Você é uma atração poderosa, Fiona. E beijos não são o bastante.”


Herói nas Highlands – como comentei – foi uma grande surpresa. Ao encerrar o livro eu estava com o coração leve por ter lido uma história encantadora e apaixonante. Você vai se divertir muito com as provocações entre Gabriel e Fiona e será fisgado pela narrativa leve e cativante.  









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