Resenha | A luz que perdemos - Jill Santopolo



Lucy e Gabe se conhecem na faculdade na manhã de 11 de setembro de 2001. No mesmo instante, dois aviões colidem com as Torres Gêmeas. Ao ver as chamas arderem em Nova York, eles decidem que querem fazer algo importante com suas vidas, algo que promova uma diferença no mundo.Quando se veem de novo, um ano depois, parece um encontro predestinado. Só que Gabe é enviado ao Oriente Médio como fotojornalista e Lucy decide investir em sua carreira em Nova York.Nos treze anos que se seguem, o caminho dos dois se cruza e se afasta muitas vezes, numa odisseia de sonhos, desejo, ciúme, traição e, acima de tudo, amor. Lucy começa um relacionamento com o lindo e confiável Darren, enquanto Gabe viaja o mundo. Mesmo separados pela distância, eles jamais deixam o coração um do outro.Ao longo dessa jornada emocional, Lucy começa a se fazer perguntas fundamentais sobre destino e livre-arbítrio: será que foi o destino que os uniu? E, agora, é por escolha própria que eles estão separados?A Luz Que Perdemos é um romance impactante sobre o poder do primeiro amor. Uma ode comovente aos sacrifícios que fazemos em nome dos ­nossos sonhos e uma reflexão sobre os extremos que perseguimos em nome do amor.

Romance | 272 Páginas | Jill Santopolo | Cortesia Editora Arqueiros | Skoob | Classificação: 5/5 


Foi no dia 11 de setembro que as vidas de Gabee Lucy mudaram para sempre. Eles estavam juntos quando receberam a notícia de que aviões atingiram as Torres Gêmeas. Foi enquanto choravam por Nova York que eles experimentaram um sentimento que nunca imaginaram sentir. Foi durante o luto por todos que morreram no atentado que despertou neles um desejo de fazer algo pelo mundo; de fazer algo que mudasse a mente das pessoas. Gabe quando descobriu sua paixão por fotografia, queria que as pessoas vissem a realidade do mundo, a dor que outras pessoas estavam sentindo. Foi assim que ele decidiu viajar para países que estavam passando por algum conflito, uma guerra e registrar o que acontecia em cada um desses países. E essa decisão dele deu fim ao relacionamento entre ele e Lucy.  

Lucy e Gabe se amavam, mas quando recebeu a notícia de que seu namorado queria ir em  busca de seu sonho, a vida feliz de Lucy, seu relacionamento ruíram.  Mesmo em meio à dor, ela nada tinha a fazer. Ela tinha seus próprios sonhos, sua própria ambição, sua própria vontade de fazer algo bom no mundo. Anos depois, vemos Lucy narrando tudo o que aconteceu após o término. Ela conta como enfrentou a solidão e a saudade de Gabe. Conta sobre as relações que teve depois dele e sobre a concretização de seus sonhos.

“As linhas que separavam você de mim dissolviam-se cada vez mais em um nós.”


A narrativa é feita pela Lucy. Ela vai narrando cada detalhe de sua história com Gabe como se estivesse conversando com alguém. Ela narra desde o momento em que o viu pela primeira vez, até todos os momentos em que falou com ele ou se reencontram.  Cada detalhe do relacionamento deles: a primeira conversa, o inicio do relacionamento, o afastamento e como ela tentou seguir em frente quando ele foi embora. O livro todo temos somente o ponto de vista dela, e é com ela contando a história que sabemos o que aconteceu com Gabe depois que ele decidiu sair do país. Como ele, de um jovem sonhando transformar o mundo, se tornou num fotografo, num profissional incrível. Gabe é um homem apaixonado pelo o que faz; um homem corajoso, impulsivo, que foi atrás de seus sonhos e fez e viu coisas surpreendes.

O livro se inicia durante o ataque as Torres Gêmeas, e a autora usa muitos fatos reais para compor a trama: a guerra no Iraque e Afeganistão, além da eleição de Barack Obama para presidente. Esse uso que ela fez do que realmente aconteceu enriqueceu ainda mais a narrativa. Por isso, o trabalho que Gabe faz torna-se mais real para quem está lendo. Podemos vê-lo em cada uma dessas zonas de guerra, registrando todo o horror que conhecemos através do que vimos nos noticiários.

“Há muitos momentos decisivos que mudam nosso mundo. Algumas vezes, a causa é nossa decisão. Outras, os desígnios do universo, do destino, de Deus, de algum poder supremo, não importa o nome. Não sei, faz hoje treze anos que luto com esse problema.”


São poucos os livros que nos toca, que nos emociona, que nos faz sentir sentimentos conflitantes. A Luz que Perdemos é um livro maravilhoso, emocionante, que nos faz questionar nossas decisões. Ficamos pensando naquele “e se” e isso nos deixa desesperados. Acompanhamos toda a história dos personagens, e embora eles sejam apenas personagens literários, não podemos deixar de pensar o que aconteceria se eles tivessem tomado outras decisões, se eles tivessem escolhido outro caminho. É esse detalhe que nos faz questionar os nossos próprios “e se”. Eu confesso que me senti triste e feliz ao mesmo tempo pelas decisões dos personagens. Eu repito: sei que eles são personagens literários, mas isso não me impediu de sentir tristeza, de sofrer com os encontros e desencontros de Lucy e Gabe.

Jill Santopolo criou uma história que com certeza vai mexer com o seu coração. Cada capítulo é bem curtinho e isso proporciona uma leitura fluidae deliciosa. É um livro que fala sobre a sorte de encontrar um grande amor, mas correr o risco de perdê-lo. Sobre as escolhas que fazemos e, que muitas vezes, mesmo querendo, não podemos mudá-las. Um livro que fala sobre as consequências dessas escolhas. 









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