Resenha | A garota que bebeu a lua - Kelly Barnhill


Uma fábula sobre aceitação, amor, amadurecimento e o poder da memória. Da autora de O Filho da Feiticeira, considerado o Livro do Ano pelo Washington Post.Todo ano o povo do Protetorado deixa um bebê como oferenda para a Bruxa que vive na floresta, na esperança de que o sacrifício a impeça de aterrorizar sua pequena cidade protegida pelos muros e pela Torre das Irmãs da Guarda. Mas, Xan, a Bruxa na floresta, ao contrário do que eles acreditam, é bondosa. Ela vive em paz com um Monstro do Pântano muito inteligente e um Dragão Perfeitamente Minúsculo.
Todo ano ela resgata o bebê deixado pelos Anciãos e o leva em segurança para uma família adotiva em uma das Cidades Livres do outro lado da floresta. Durante a longa viagem, quando a comida acaba, Xan alimenta os bebês com luz estelar. Em uma dessas ocasiões ela acidentalmente oferece a um deles a luz do luar, dotando a menininha de uma magia extraordinária.
A bruxa então decide criar a menina “embruxada”, a quem chama de Luna. Conforme o aniversário de treze anos da menina se aproxima, sua magia começa a aflorar – e pode colocar em perigo a própria Luna e todos à sua volta.

Infanto-juvenil | 308 Páginas | Kelly Barnhill | Cortesia Galera RecordSkoob | Classificação: 4/5 


A Garota que bebeu a lua, antes de seu lançamento aqui no Brasil, não era um livro conhecido por mim. No entanto, depois de algumas resenhas bem positivas sobre a obra, eu quis muito poder ler esse livro e saber o que ele tinha de tão especial. E, quanto terminei a leitura, eu soube o que era: esse livro é lindo, fofo, uma leitura fantástica e um infanto-juvenil que deve ser lido por todos, independentemente da idade.  

O livro gira em torno de um pequeno vilarejo onde existe uma lenda sobre uma grande bruxa má que vive na floresta. Aterrorizado, os moradores entregam, todos os anos, uma criança como uma espécie de sacrifício pelo bem desse vilarejo. Mas o que ninguém sabe é que essa bruxa que todos temem, na verdade, não tem nada de má. Muito pelo contrário, Xan, resgata essas crianças que são deixadas na floresta, as leva para as Cidades Livres e encontra uma família boa e amorosa que cuide dessa criança.


“A Bruxa – ou melhor, a crença de que ela existia – tornou o povo aterrorizado e subjugado, um povo submisso, que vivia a vida em um nevoeiro de tristeza, e as nuvens de sua tristeza adormeciam seus sentidos e encharcavam suas mentes”.


Certo ano, preparada para resgatar a próxima criança, Xan se depara com uma menina linda. Ao tentar alimentá-la com luz estelar, Xan sem querer a alimenta com a luz da lua. Com esse erro, a menininha recebe uma grande quantidade de magia e é embruxada. Não vendo outra alternativa, Xan decide levar a criança – agora chamada Luna– consigo e cuidar dela. Agora, Xan precisa aprender a cuidar de uma criança e ainda protegê-la dos seus poderes.


“Nem todo conhecimento vem da mente. Pode vir de seu corpo, de seu coração, de sua intuição. Às vezes, lembranças têm pensamento próprio.”


A Garota que bebeu a lua é uma história fantástica. Kelly Barnhill criou uma narrativa cheia de magia, sentimento e amor. Uma fantasia rica em detalhes, que nos transporta para dentro da história, nos envolve e nos faz imaginar com perfeição cada cena, cada momento dos personagens. É muito fácil nos sentir próximo deles, nos importar com eles e querer protege-los de tudo. É maravilhoso ver a forma como eles pensam, a personalidade de cada um: seus medos, seus sonhos, suas vontades. Os personagens são encantadores, fascinantes e muito interessantes. Podemos ver como Antain mesmo se preparando para se tornar um Ancião, não aceita e concorda com tudo o que o Protetorado faz. É isso o que o livro mostra: que nem tudo o que vemos é verdade e que as aparências podem enganar. Xan, uma bruxa quem todos temem, na verdade, possui um grande coração, bondoso e uma vontade enorme de ajudar as pessoas.


Ao mesmo tempo em que vemos como é a vida no vilarejo pelo ponto de Antain, acompanhamos como foi a infância de Luna desde que foi resgatada por Xan.  Como foi sua vida ao lado da bruxa e de seus companheiros, Fyrian, um Dragão minúsculo, e Glerk, o  Monstro do Pântano. Ao longo da narrativa, novos personagens são inseridos na história, deixando-a ainda mais interessante para o leitor.

Um livro que fala sobre amor, esperança e família.  Um infanto-juvenil que vai te conquistar do início ao fim. Uma obra que vai abrir um sorriso no seu rosto, que vai te deixar muito feliz após finalizar a leitura.








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