Era uma vez duas inimigas

Sempre acontece de nos sentirmos órfãos quando uma série de livros ou até mesmo um série de TV acaba. E, não foi diferente quando Once Upon a Time chegou ao fim. Lembro que quando fiquei sabendo da série e comecei a assistir, eu ainda nem era assinante da Netflix, acompanhava a série quando era exibido no canal Sony. A premissa logo me fisgou e eu passei a acompanhar a série e ficar vidrada nela. O que mais me encantou foi a forma como eles adaptaram todos os contos de fadas que conhecemos, a forma como eles mudaram algumas coisas e romperam certos aspectos das mocinhas em cada história.  

Além de todas as alterações que fizeram com a série, outra coisa que me encantou foram os personagens, em especial a Rainha Má. Muitas vezes eu acabo gostando muito mais do vilão – nesse caso a vilã –, do que do mocinho (a). Eu não quero dizer que aceitava ou gostava das maldades que ela fazia na série, mas gostava da personagem como vilã: sua história, desde quando ela era uma criança, até o momento em que se tornou e Rainha Má. Gostei da forma como a história dela foi construída na série. De como ela não era uma pessoa ruim, mas por conta da ambição da mãe, acabou se tornando uma pessoa fria e cruel. Tudo o que ela fez desde que se tornou essa pessoa sem coração, até chegar o momento de perseguir e tentar matar a Branca de Neve. Mas, na série, podemos ver que tudo o que ela fez em busca de vingança não deu a ela a sensação de felicidade que ela buscava. Restava um sentimento de solidão que foi preenchido com a adoção de seu filho, Henry.

Tudo isso acontece na pequena cidade de Storybrooke – a cidade criada pela Rainha Má(agora Regina Mills) depois que ela lançou uma maldição em todos os personagens dos contos de fadas. Na cidade, ninguém se lembra de suas vidas no outro mundo, ninguém sabe que estão vivendo numa cidade criada por uma maldição. Exceto Henry que tinha certeza que tudo aquilo era uma mentira. Por isso, ele vai em busca de sua mãe biológica, Emma Swan, a filha perdida de Branca de neve e Príncipe Encantado. Quando Emma chega à cidade, a maldição lançada pela Rainha Má é quebrada, fazendo com que todos recuperem suas memórias.

A partir desse ponto, começa uma série de reviravoltas e acontecimentos que acaba aproximando Emma e Regina. Antes tínhamos duas pessoas que se odiavam, que eram inimigas devido a tudo o que a Regina fez aos pais de Emma. Mas, uma coisa que foi feita em Once Upon a Time, foi transformar duas inimigas em amigas.

Emma e Regina possuem algo em comum: Henry. Como o objetivo delas era proteger o filho, elas precisam unir forças e encontrar a melhor forma de conviverem juntas. É claro que não será fácil para as duas, já que Regina já tentou diversas vezes fazer mal aos pais de Emma, e isso não é algo que se esqueça da noite para o dia. Porém, elas percebem que merecem um final feliz, que merecem um recomeço. E, assim elas se tornam amigas. Não somente duas pessoas que partilham a guarda de uma criança, mas duas confidentes, que se defendem, que se escutam, que se apoiam. Elas perceberam que não precisavam brigar pela atenção e afeto do filho, que poderiam ser diferentes e viver de forma diferente. Elas passaram a enxergar o que havia de melhor uma na outra.

Em Once Upon a Time existe várias amizades lindas e verdadeira, mas a que mais me encantou, a que mais gostei de ver a evolução, foi a amizade entre Emma e Regina. Os benefícios que essa amizade trouxe para as duas foi algo maravilhoso de acompanhar. Emma ajudou Regina a ver que, apesar de seus feitos no passado, ela merecia uma vida feliz. Fez Regina acreditar que mesmo uma vilã poderia encontrar o seu “feliz para sempre”. Já Regina ajudou Emma a ser mais confiante e a confiar nas pessoas que estão ao lado dela; ajudou Emma a se permitir ser feliz sem o medo de ser abandonada outra vez.

E vocês, acompanhavam a série? Qual personagem era o seu favorito?