Resenha | O Tatuador de Auschwitz - Heather Morris



Nesse romance histórico, um testemunho da coragem daqueles que ousaram enfrentar o sistema da Alemanha nazista, o leitor será conduzido pelos horrores vividos dentro dos campos de concentração nazistas e verá que o amor não pode ser limitado por muros e cercas.Lale Sokolov e Gita Fuhrmannova, dois judeus eslovacos, se conheceram em um dos mais terríveis lugares que a humanidade já viu: o campo de concentração e extermínio de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial. No campo, Lale foi incumbido de tatuar os números de série dos prisioneiros que chegavam trazidos pelos nazistas – literalmente marcando na pele das vítimas o que se tornaria um grande símbolo do Holocausto. Ainda que fosse acusado de compactuar com os carcereiros, Lale, no entanto, aproveitava sua posição privilegiada para ajudar outros prisioneiros, trocando joias e dinheiro por comida para mantê-los vivos e designando funções administrativas para poupar seus companheiros do trabalho braçal do campo.Nesse ambiente, feito para destruir tudo o que tocasse, Lale e Gita viveram um amor proibido, permitindo-se viver mesmo sabendo que a morte era iminente.

Romance | 240 Páginas | Heather Morris | Cortesia Planeta de Livros Brasil | Skoob | Classificação: 4/5 | Compre: Amazon 


Algo bem difícil de fazer é ter que escrever sobre algo que mexeu com você. Eu sempre tenho muito receio de ler sobre algo relacionado a Segunda Guerra Mundial, porque sei que vou sofrer muito durante a leitura. Mas como eu estava vendo muitas pessoas falando sobre “O Tatuador de Auschwitz”, eu decide que abriria uma exceção para esse livro. O livro é baseado na vida de duas pessoas que foram levadas para Auschwitz, o maior símbolo do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. Lale e Gita se conheceram quando Lale começou a trabalhar tatuando as pessoas que chegavam ao campo. Ambos acabaram se apaixonando e encontraram nesse amor mais um motivo para terem fé e esperança de que um dia aquele sofrimento teria um fim.


"Como uma raça espalhada em múltiplos países pode ser considerada uma ameaça?"

Conhecemos toda a história pelo ponto de vista do Lale. Para que sua família fosse salva, ele acabou se voluntariando para ser enviado a Auschwitz. Chegando lá, por saber falar vários idiomas, ele acabou sendo escolhido pelo Tatowierer para tatuar os que ali chegavam. No começo, o que ele precisava fazer não era fácil: ter que tatuar os números na pele de mulheres, idosos e pessoas iguais a ele. Entretanto, no meio a todo esse sofrimento, ele encontrou uma forma de ajudar as pessoas. Com esse trabalho, era mais fácil para ele conseguir comida e, assim, poder dar esse alimento extra aos que estavam ao seu redor.   

"Sabe de uma coisa, Tatowierer? Aposto que você é o único judeu que já entrou em uma câmara e saiu vivo dela."

Eu tentei adiar um pouco a leitura desse livro por saber que acabaria sofrendo. Mas não consegui adiar por muito tempo. No entanto, o que mais me surpreendeu foi que, apesar de ser um tema pesado e falar de uma época do passado que ainda é muito dolorosa, a leitura desse livro é muito leve. Você sabe o que aconteceu ali. Você sabe que Auschwitz foi o local onde milhares de pessoas perderam suas vidas, mas, a autora conseguiu transformar isso numa leitura fácil de ler. Por isso, mesmo que você se sinta triste e pense na dor de cada pessoa que esteve naquele lugar, ainda não será uma leitura tão difícil de se fazer. Contudo, mesmo que seja uma leitura leve, ela ainda é muito real. Aqui, o romance é o foco principal do livro. E é lindo demais acompanhar esse amor florescer em meio à guerra, em meio ao desespero. Mesmo que tudo indique que não há esperança, o amor de Lale e Gita deu esperança de continuarem lutando para sobreviverem, de sonharem com um futuro onde eles estariam juntos e felizes.

"Você é uma heroína também, meu amor. Que vocês duas tenham escolhido sobreviver é um tipo de resistência contra esses nazistas desgraçados. Escolher viver é um ato de rebeldia, uma forma de heroísmo."

A Planeta de Livros está de parabéns pela edição: ela  traz um material extra no final do livro com fotos, mapa e dados que complementam a história. Por fim, “O Tatuador de Auschwitz” é um livro que merece ser guardado no fundo do coração. É um livro que fala sobre manter a fé e a esperança viva. Sobre como o amor pode nos dar um motivo para continuar lutando. É um livro que eu indico todos.





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