Novo romance da autora de A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista e Geografia de Nós Dois. Desde que perdeu os pais, Alice não acredita na sorte. Mas ela acredita no amor. De seus tios, de seu primo Leo, de seu melhor amigo, Teddy. Quando precisa decidir o que dar a Teddy em seu aniversário de 18 anos, a ideia parece chegar naturalmente: um bilhete de loteria. Com todos os números importantes para ambos: número dos anos que estiveram juntos, datas importantes e endereços marcantes. Quando a combinação se prova vencedora e o menino ganha quase 150 milhões de dólares, os dois se envolvem em um redemoinho de loucuras juvenis, interesseiros e sonhos de infância realizados. Tudo estaria perfeito, não fosse um beijo trocado no auge das comemorações. Um beijo que mudaria tudo. Mas o dinheiro não pode comprar o amor. Mas será que pode dar uma ajudinha?
Esse já é o quarto livro que eu leio da Jennifer E. Smith. Desde que eu li “A probabilidade estatística do amor à primeira vista” eu sempre quero ler algum novo livro da autora. Quando esse livro foi lançado, eu me encantei pela capa e depois de ler a sinopse, pensei que se tratava de um boa leitura. Eu adoro a forma como a autora desenvolve seus personagens, as personalidades de cada um. É muito fácil se apaixonar pela escrita da Jennifer. No caso desse livro, eu gostei muito da escrita, do enredo, mas, infelizmente o sentimento que senti lendo esse livro não foi tão profundo quanto eu gostaria.
Sorte grande é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista da protagonista, Alice. A jovem perdeu seus pais muito cedo e passou a viver com seus tios e primo. Apesar de amar a sua nova família, ela não se sente totalmente em casa. Seus tios a amam, seu primo, Leo é seu grande amigo, mas parece que ainda falta algo na vida dela. E ainda tem Teddy, seu melhor amigo e o garoto por quem Alice sente uma paixão secreta há algum tempo. Quando chega o dia do aniversário de Teddy, ela decide comprar para ele um bilhete de loteria. Alice não acredita muito nisso, mas quis fazer uma brincadeira com o rapaz dando esse presente. Mas o que acontece no dia seguinte ao aniversário do garoto pega todos de surpresa. O bilhete que ela comprou para Teddy foi um dos ganhadores. E agora, como será a vida de todos com esse resultado?
“Às vezes, parece que o tempo é maleável, como se o passado se recusasse a ficar quieto e você acabasse o arrastando por aí com você, querendo ou não. Outras vezes, parece tão antigo e distante quanto aqueles castelos. Talvez sejam assim que as coisas devam ser. Há um espaço entre esquecer e seguir em frente, e ele não é fácil de encontrar.”
Eu confesso que demorei um pouco para me envolver com a história. Parecia que até a metade do livro estava um pouco confuso e parado, mas quando a história começou a se desenvolver mais, eu passei a gostar muito dele. Como eu disse no começo, eu gostei muito do enredo, e assim como nos outros livros dela, a autora trouxe temas importantes para a trama: vemos uma jovem que ainda sente muito a falta de seus pais e, mesmo depois de tantos anos, ainda não sabe como lidar muito bem com o luto. Alice, lá no fundo, sente que decepcionaria seus pais se ela não fizer algo que eles faziam. Além disso, ainda é mostrado como a vida de uma pessoa e de todos ao redor é afetado quando envolve uma grande quantia em dinheiro, e a forma como alguns lidam com isso. Jennifer E. Smith ainda aborda um pouco sobre problemas familiares e as dúvidas de jovens que estão começando a fase adulta. Foi muito bom conhecer esses dilemas dos personagens, e ver a forma como eles lidavam com isso.
“Passei muitos anos tentando fazer a coisa certa pelos motivos errados. Agora quero fazer a coisa certa por mim.”
Falando sobre os personagens, eu até que gostei da Alice. Ela é uma pessoa que não tem muita fé no mundo, uma pessoa bem realista, que ama sua família e seus amigos, e faria de tudo por cada um deles. Teddy e Leo também foram ótimos nesse livro. Apesar de ter gostado bem mais de Leo do que de Teddy, eu gostei de ver o garoto enfrentar todos os problemas que ele tinha. Foi interessante ver a forma como ele lidou com todo o dinheiro, como isso possibilitou que ele fizesse coisas que antes não poderia fazer; até mesmo a forma como isso afetou sua vida e como ele passou a enxergar sua relação com o pai. Além de vermos sobre Alice e Teddy, ainda temos outros dramas paralelos na trama envolvendo Leo e seu namorado. Ele se tornou meu personagem favorito nesse livro. Gostei muito dele, do cara divertido e nerd que ele é.
Agora, algo que senti falta nesse livro foi o romance. Ele tem sim, mas gostaria que fosse diferente. O relacionamento de Alice e Teddy como amigos é ótimo, mas quando envolve um sentimento mais profundo, eu não consegui ver de que forma eles dois eram bons juntos. Eu senti que o sentimento por parte da Alice era bem mais profundo do que de Teddy por ela. Parecia que ele enxergava a garota como qualquer coisa, menos como uma possível paixão. Eu realmente queria que não houvesse nada mais que amizade entre eles; eles funcionavam muito bem como amigos.
“Talvez seja por estarmos sentados juntos em uma cama de hotel no escuro, e que ainda assim a ideia de me beijar não poderia estar mais distante da cabeça de Teddy. Ou, talvez, até porque eu também seja um de seus projetos abandonados. Porque ele me beijou como se realmente quisesse me beijar. E depois descobriu que não queria mais."
Sorte grande possui ótimos personagens, questões importantes e alguns pontos bem positivos. No entanto, eu senti que faltou algo no livro... Não sei se foi a parte do romance que me decepcionou ou mesmo a narrativa ter sido um pouco arrastada para mim. Mas que bom que a autora conseguiu compensar isso com sua escrita maravilhosa, o que é mais um ponto positivo para ela.
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