[RESENHA] O Capítulo do Julian - R. J. Palacio


O capítulo que você queria ler em Extraordinário
Mais de 1 milhão de leitores já se encantaram com Extraordinário e a bela história de Auggie Pullman – um garotinho de feições incomuns que tem pela frente uma difícil missão: convencer as pessoas de que, apesar da aparência, é uma criança igual a qualquer outra.
Agora todos terão a chance de saber o que se passa na cabeça do personagem mais controverso do romance: Julian, o menino que lidera a cruzada de bullying contra Auggie. Por que Julian trata Auggie tão mal? Será que ele pode ser perdoado?
Em O capítulo do Julian R. J. Palacio faz uma comovente incursão no mundo de uma criança que tem o coração muito maior do que seus atos de bullying e crueldade podem fazer mostrar, mas precisa de ajuda para enxergar isso.

Infanto Juvenil | 96 Páginas | Editora Intrínseca | Skoob | Classificação: 5/5

Leia a resenha de Extraordinário aqui

Quem ainda não leu "Extraordinário" e não sabe nada sobre a história, vou fazer um pequeno resumo: O livro contará a história de August Pullman, ele nasceu com uma série de síndromes genéticas, o que fez com ele tivesse uma face um tanto incomum, após várias cirurgias, algumas quando ainda era um bebê, fez com que melhorasse um pouco sua aparência. Auggie nunca frequentou uma escola, até que ele ouve uma conversa, onde sua mãe faz planos para que ele passe a frequentar uma. No livro há um menino que comete algumas maldades com Auggie no colégio e este conto servirá para explicar algumas de suas atitudes.

“Na primeira vez que vi August, bem, tive vontade de cobrir os olhos e sair correndo e gritando. Sei que isso soa cruel, e sinto muito. Mas é verdade. E qualquer um que diga que não teve a mesma reação quando viu Auggie Pullman pela primeira vez não está sendo honesto. Sério.”

O Capítulo do Julian é um conto narrado pelo personagem e conta com mais detalhes sobre a primeira vez que Julian viu August e de como ele se sentiu ao conhecê-lo. Quem leu "Extraordinário" sabe que Julian fez muitas coisas, mas não sabíamos os motivos que levaram o garoto a cometer algumas "maldades" contra o Auggie.  Julian já começa falando que as pessoas são muito sensíveis e que elas precisam relaxar. Ele tem noção de que as coisas que faz são erradas, mesmo assim, tenta justificar seus atos como uma simples brincadeira. Se não bastasse esse pensamento, a mãe dele ainda não ajuda em nada. Ela procura sempre um modo de distorcer as coisas e colocar seu filho como a vítima. Eu fiquei pensando que tipo de mãe é essa que não vê que o filho errou. Como ela não percebe que fazendo isso, ele nunca aprenderá e continuará cometendo erros.

“Você é um bom menino. Um líder nato. Apenas lembre-se de usar essa liderança para o bem, ok? Não se esqueça: escolha sempre ser gentil.”

Não sei se é possível justificar as coisas cruéis que Julian fez. Ele tentava comparar suas dificuldades com as de Auggie, colocando no garoto a culpa por ser daquele jeito. Sei que todos na vida cometemos erros e, muitas vezes, só aprendemos depois de muito sofrimento. Durante a leitura eu busquei entender o Julian, tentei entender o porquê ele agia dessa forma. Eu pensava: Será que foi a forma como ele foi criado? Será que ele é mesmo desse jeito? Será que ele entende que o que faz é errado? Essas foram algumas das muitas perguntas que rondaram minha mente durante a leitura. Acho que esse é um livro que deveria ser lido nas escolas. Para mim, as crianças tendem há serem um pouco cruéis com os colegas que são diferentes; para elas isso não passa de brincadeiras e na mente delas ninguém se machuca. Mas as pessoas vítimas do bullying sofrem por muito tempo calado, levam esses momentos para toda a vida.

“Um erro não te define, Julian. Entende? Você deve simplesmente agir melhor da próxima vez.”

Assim como em "Extraordinário"Palacio me ensinou lições valiosas e belas. Ensinou-me que mesmo quando cometemos erros, temos a chance de nos arrepender, de corrigir o erro, aprender com ele e nunca mais repeti-lo. O final é lindo e emocionante, digno de um livro escrito por R. J. Palacio  




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